Com o Natal crescem as encomendas para abate de cabritos e borregos, indispensáveis à mesa na Consoada. Oviger sem mãos a medir
A PRODUÇÃO do matadouro de Alcains, o maior do distrito de Castelo Branco, na época de Natal corresponde a cerca de 30 por cento da produção anual da empresa. O facto deve-se ao aumento da procura dos consumidores pela carne de borrego e cabrito, indispensáveis na mesa da Consoada.
Na época natalícia, a Oviger – Produção, Transformação e Comércio de Carnes e Derivados SA, instalada em Alcains, vê-se obrigada a acrescentar dois dias de trabalho semanais (sábado e domingo). À unidade transformadora de carnes de Alcains chegam pedidos de todo o País e nas duas semanas que antecedem o Natal a actividade diária passa a estar concentrada no abate dos dois pequenos ruminantes.
A administração do matadouro prevê que o número de abate de cabritos e borregos de Natal atinja este ano os valores do ano passado, ou seja 20 mil, o que representa 30 por cento da produção anual da empresa, que se situa nos 120 mil abates, principalmente de novilhos, porcos e borregos. “A matança de borregos e cabritos para o Natal iniciou-se segunda-feira e prolonga-se até ao dia 23”, refere Vítor Almeida, director-geral da Oviger, onde trabalham seis dezenas de pessoas.
“O borrego da Beira Baixa, embora tenha Denominação de Origem, não está a ser explorado a 100 por cento, mas existe esse hábito de consumo no País, que procura muito este produto”. Tal facto, continua o responsável, deve-se “às raças que são aqui exploradas, ao tipo de maneio que é feito à antiga, o borrego acompanha a ovelha até a altura de sair para abate, não há aleitamento artificial”.
O cabrito é também muito procurado graças também à divulgação do Cabrito Estonado, prato típico da Beira Baixa.
O matadouro assegura a venda comercial (venda directa a terceiros) e a prestação de serviços a abate (a produtores e intermediários que depois colocam a carne na venda directa ao consumidor). “Vendemos para o Porto, Braga, Lisboa. Ao destino final chega-se pelo circuito normal: produtor, talhante e consumidor final”, explica aquele responsável.
A qualidade da carne é assegurada pela Oviger, que zela pelo bem-estar animal desde a entrada dos animais vivos no matadouro até à sua expedição em carcaça. Neste circuito são seguidos rigorosos critérios de qualidade. O abastecimento dos animais é feito essencialmente a partir de explorações da Região, através de contratos firmados, com produtores que se comprometem a cumprir o caderno de especificações.
A Oviger lamenta a diminuição do número de produtores e o aumento das áreas de exploração. No entanto, “o efectivo de animais que existe chega para a procura”, garante Vítor Almeida.
Fonte : Jornal do Fundão